Há mais de 20 dias sem um técnico efetivo, a diretoria do Cuiabá tem acerto com o português António Oliveira para liderar o time auriverde na sequência do Brasileirão. A contratação do jovem treinador de 39 anos deve ser anunciada nos próximos dias, após o Dourado entrar na zona de rebaixamento na última quarta-feira (1).
António Oliveira teve destaque nacional pela campanha realizada à frente do Athletico-PR. Foi apenas o primeiro trabalho efetivo do treinador em um clube profissional. Ele chegou ao Brasil como auxiliar-técnico de Jesualdo Ferreira, no Santos. Em seguida, se transferiu para integrar a comissão técnica de Paulo Autuori no Furacão. Em 2021, foi oficializado como comandante do time principal, quando o clube resolveu investir em uma solução caseira para a função.
Em seu primeiro trabalho como técnico efetivo, António Oliveira se classificou na Sul-Americana com uma das melhores campanhas da primeira fase e deixou o cargo com o time na semifinal. Na Copa do Brasil, o Furacão estava nas quartas, com vitória no jogo de ida, quando o português deixou o clube. O início de Brasileirão foi destacável, mas antes de sua saída do comando, a equipe acumulava seis partidas sem vitórias no campeonato nacional.
Pelo Athletico, foram 21 vitórias, sete empates e 12 derrotas em 40 jogos.O desligamento do clube ocorreu depois da eliminação para o FC Cascavel na semi do Campeonato Paranaense.
O treinador estava no Benfica B até janeiro deste ano, e irá assumir o lugar do auxiliar-fixo do Cuiabá, Luiz Fernando Iubel.
Como jogava o Athletico
Sob o comando de António Oliveira, o Athletico em seus melhores momentos se destacou por ter uma defesa sólida e por saber se adaptar a diferentes adversários e esquemas. A equipe atuou tanto com uma linha de cinco na defesa, com dois alas e três zagueiros, como com o padrão de quatro defensores: 4-4-2.
Em momentos do jogo, poderia marcar com pressão alta no campo de ataque, mas também jogava com linhas mais baixas, tirando espaços do oponente. Quando roubava a bola, o objetivo era atacar em velocidade pelos lados.
O time era compacto e com linhas sincronizadas. Com uma marcação por zona, poucas vezes a equipe se desorganizava em campo. No esquema de 5-4-1, os alas eram protagonistas e fundamentais na parte ofensiva, dando amplitude abertos pelos lados e participando da transição em velocidade.
Na parte ofensiva, o desenho tático se transformava em 3-4-3 ou 3-4-2-1, com muita força pelos lados. A saída de jogo era feita com uma linha de três atrás, mais dois volantes à frente para conduzir ao campo de ataque – espécie de 3-2-5.
Com os alas bem abertos, havia trocas de posições com os meias e triangulações nas laterais. Os jogadores buscavam sempre ocupar determinadas zonas do campo – se um sai, outro substituia no setor.
Quando estabelecido no campo de ataque, o Athletico jogava com os dois alas abertos para alargar o campo e um quarteto pelo meio para gerar tabelas em um espaço reduzido. A equipe também utilizava ligações diretas em profundidade para o ala chegar no fundo e fazer o cruzamento.
António Oliveira retorna ao Brasil com a missão de livrar o Cuiabá do rebaixamento. Sem vencer há cinco jogos no Brasileirão, o Dourado está em 17º lugar na tabela, com oito pontos.
O próximo desafio auriverde é fora de casa, contra o América Mineiro, neste sábado (4), às 15h30 (de MT), na Arena Independência.