Suíça prende ex-presidente da CBF e seis dirigentes da Fifa
- Redação
- 27 de mai. de 2015
- 3 min de leitura
Em uma ação conjunta das polícias dos Estados Unidos e da Suíça, sete dirigentes da Fifa foram presos nesta quarta-feira em um hotel em Zurique. No total, 14 pessoas foram indiciadas por corrupção. Os dirigentes estavam reunidos para a eleição, nesta sexta-feira, para a presidência da entidade, que deve dar a Joseph Blatter um quinto mandato. Entre os presos estão o brasileiro José Maria Marin, ex-presidente e atual vice da CBF e membro do comitê da Fifa; Jeffrey Webb, das Ilhas Cayman, presidente da Concacaf e um dos vice-presidentes da Fifa; o uruguaio Eugenio Figueredo, ex-presidente da Conmebol e também vice da Fifa; Eduardo Li, presidente da Federação da Costa Rica; Costas Takkas, ex-secretário-geral da Federação de Futebol das Ilhas Cayman; Julio Rocha, presidente da Federação de Futebol da Nicarágua; e Rafael Esquivel, presidente da Federação Venezuelana de Futebol e vice-presidente geral da Conmebol.
As prisões aconteceram no Hotel Baur Au Lac, de cinco estrelas, com vista para os Alpes suíços e o Lago Zurique. A diária numa suíte no hotel suíço custa US$ 4 mil (R$ 12,7 mil).
Segundo o “The New York Times”, as acusações estão relacionadas a um grande esquema de corrupção dentro da Fifa nos últimos 24 anos, envolvendo corrupção, fraude, extorsão, lavagem de dinheiro e propinas no valor de US$ 150 milhões (cerca de R$ 450 milhões) ligados a Copas do Mundo e acordos de marketing e de transmissão de jogos pela televisão. Os mundiais da Rússia (2018) e do Qatar (2022) são alvos da investigação de agentes do FBI, a polícia federal americana.
O envolvimento do Brasil no escândalo da Fifa não deve se limitar à prisão de José Maria Marin. Nota divulgada pelo Departamento de Justiça americano, após as prisões, cita a CBF em suposto suborno pago em negocialção da entidade com “uma grande marca esportiva americana” — que, no caso, seria a Nike, fornecedora da seleção brasileira desde os anos 1990.
Ainda de acordo com o “NYT”, os detidos deverão ser transferidos para os Estados Unidos. O Departamento de Justiça americano planeja anunciar acusações de corrupção contra dirigentes da Fifa.
Blatter não está entre os acusados, mas também foi alvo da investigação. Funcionários próximos ao presidente da Fifa devem estar entre os que serão indiciados. As acusações são o resultado de uma investigação de três anos do FBI.
A eleição para a presidência da Fifa acontecerá na próxima sexta-feira, como estava previsto, apesar da prisão de dirigentes, anunciou Walter de Gregorio, diretor de comunicação da entidade.
— O presidente da Fifa, Joseph Blatter, e o secretário-geral, Jérôme Valcke, não estão envolvidos no caso — afirmou De Gregorio, que disse que a Fifa irá cooperar com as autoridades.
O diretor de comunicação da entidade disse que a operação “é boa para a Fifa”.
– Isso para a Fifa é bom. Não é bom em termos de imagem e reputação, mas é bom em termos de limpeza (da entidade). Para nós, mais uma vez, não é bom dia e temos outras coisas dcom que lidar também, mas em outras palavras também é um bom dia. O processo está andando e estamos de olho nos resultados futuros.
TODOS OS INDICIADOS
Estão no processo os sete presos nesta quarta-feira e outros sete acusados:
Jack Warner, ex-vice-presidente do comitê executivo da Fifa e presidente da União de Futebol do Caribe;
Nicolás Leóz, presidente da Conmebol e ex-membro do comitê executivo da Fifa;
Alejandro Burzaco, chefe da empresa de marketing esportivo Torneos y Competencias SA, da Argentina;
Aaron Davidson, presidente da Traffic Sports dos EUA;
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Hugo Jinks, chefe da empresa de marketing Full Play Group SA, da Argentina;
Mariano Jinks, chefe da empresa de marketing Full Play Group SA, da Argentina;
José Margulies (brasileiro), chefe da empresa Valente Corp and Somerton LTD.















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